Você já ouviu falar em Transtorno de Processamento Auditivo Central?
O transtorno de processamento auditivo é caracterizado pela dificuldade em compreender o que se está falando, especialmente em ambientes ruidosos. O diagnóstico é feito a partir dos 9 anos, mas já podemos verificar sinais indicativos antes. Para tanto, é necessário realizar uma audiometria para descartar perda auditiva. Se os limiares na audiometria forem normais, o fonoaudiólogo ou outro profissional, como pediatra, neurologista ou otorrinolaringologista, poderão solicitar o exame de processamento auditivo. Esse exame é feito a partir dos 9 anos, mas alguns podem ser feitos antes, com 6 anos de idade, caso o fonoaudiólogo julgue necessário.
O exame de processamento avalia as habilidades auditivas e identifica quais não estão adequadas para a idade do paciente. É muito importante que o exame seja feito por um profissional competente, caso contrário pode-se ter um resultado que não condiz com a realidade. Do mesmo modo, a terapia deve ser realizada por um fonoaudiólogo capacitado, que trabalhe tanto com linguagem como audiologia.
A terapia precisa ser feita em cabine?
A maioria dos relatórios de exame indicam sempre a terapia de cabine, porém é preciso lembrar que o profissional que realiza o exame não tem todos os dados necessários sobre as dificuldades do paciente. Portanto, é necessário cautela. Caso o exame do seu filho/filha indique DPAC, procure um terapeuta que trabalhe com processamento auditivo. Ele conversará, pedirá dados importantes sobre o rendimento escolar, dificuldades de comunicação, analisará o exame, poderá pedir outros exames, como a avaliação neuropsicológica, e indicará a melhor forma de terapia para o caso.
Se o seu filho apresenta dificuldades escolares, como trocas surdas/sonoras (p/b, t/d, etc.), por exemplo, só a terapia de cabine não será suficiente. Nesse caso, será preciso mesclar atividades de cabine com terapia para que a criança possa progredir. Nos casos de crianças com TDAH, por exemplo, que possuem dificuldade em se concentrar, os softwares podem ser mais efetivos que a cabine, pois a criança consegue manter o foco por mais tempo. Assim, cada caso é um caso e deve ser avaliado da melhor forma possível.
Ademais disso, a terapia de cabine costuma ser indicada como preferência, pois conseguimos controlar a intensidade do ruído que está chegando em cada orelha. Entretanto, a terapia com software é tão efetiva quanto, e a terapia tradicional costuma demorar mais para trazer resultados, porém quando feita adequadamente, o paciente apresentará evolução.
Por isso, antes de se desesperar porque na sua cidade não há oferta desse tipo de terapia, procure um fonoaudiólogo e converse com ele.
Meu plano de saúde não cobre terapia em cabine, o que faço?
Como dito anteriormente, todas as terapias trazem benefícios e nem todos os pacientes irão se beneficiar apenas da cabine. De modo geral, a terapia precisa ser adaptada às dificuldades de cada criança. Se o seu plano não cobre terapia em cabine, não se preocupe: procure um profissional que trabalhe com processamento auditivo e converse com ele sobre as possibilidades. Existem muitos recursos disponíveis e muitas formas de se trabalhar as habilidades auditivas, a diferença geralmente é o tempo de terapia.
Cuidados na hora de fazer o exame:
- Procure locais que realizam o exame em duas sessões: é um exame cansativo e que exige atenção. Se a criança estiver cansada, o exame pode dar alterado por questões atencionais e não necessariamente porque existe um atraso no desenvolvimento daquela habilidade.
- Certifique-se de que seu filho está bem alimentado, descansado, confortável e bem disposto.
- Se estiver passando mal ou doente, remarque! Lembre-se que é um exame demorado e que exige atenção.
- Caso seu filho tenha TDAH, certifique-se de levá-lo medicado para realizar o exame. E se houver suspeita de TDAH, avise a fono que realizará o exame.
- Não marque o exame em um horário que sabe que seu filho não estará alerta.
O exame de processamento auditivo exige muita atenção por parte da criança. Se estiver muito cansada, com fome, dispersa, preocupada, com calor, ou qualquer outra questão que possa desviar sua atenção, o exame poderá dar alterado sem que haja de fato uma dificuldade auditiva. Por isso, explique a importância de prestar atenção ao exame.
Caso você acredite que seu filho apresenta alguma dessas dificuldades, procure um fonoaudiólogo e realize uma avaliação.
Fga. Marcira Evangelho Trindade

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